terça-feira, 3 de outubro de 2017

Amor de Ogan - Entevista com Pai Ogan Marcos Mano


Amor, Emoção e União... Axé...
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ENTREVISTA COM PAI OGAN MARCOS MANO:

[12:08, 29/9/2017]

Das coisas do Santo e do Homem - COMO VOCÊ SE DESCOBRIU OGAN?

Pai Ogan Marcos Mano - Me descobri Ogan no momento em que Yansã me apontou e me consagrou seu Ogan. Ali eu senti toda a honra e toda a responsabilidade de carregar este cargo. Passou a fazer muito mais sentido tudo o que aprendi e vi nestes anos todos dentro da Umbanda e do Candomblé. Se nasce Ogan, mas é preciso merecer, é preciso se dedicar com amor e respeito ao Orixá e as entidades para que de fato você seja reconhecido e possa se intitular Ogan.

Das coisas do Santo e do Homem - O QUE É, PARA VOCÊ, SER OGAN; VOCÊ TEM OUTRAS FUNÇÕES NA CASA, QUAIS?

Pai Ogan Marcos Mano - Ser Ogan para mim é garantir o bom andamento da gira, do xirê. É zelar pela harmonia da casa e dos filhos. É garantir que tudo esteja em ordem: as firmezas feitas, os despachos arriados. É entender de elétrica, hidráulica e civil. É ouvir e aprender muito, para então falar. Ogan é ação e coragem. É trabalhar duro, com muito amor e muita dedicação junto a Zeladora, a Mãe Ekedy, a Mãe Pequena. E, além de tudo isso garantir o ritmo e o canto para que as Entidades possam trabalhar e os Orixás possam nos transmitir axé. Já ouvi muitos dizerem que ser Ogan é só tocar atabaque, saber uma infinidade de pontos. Mas para mim este é mais uma atribuição que o Ogan deve ter.

Me considero um Ogan de fundamento. Aquele que está presente no que não se vê. Que auxilia a Mãe de Santo em seus feitos. Ser Ogan, no meu entender, é ser muitos em um só. E estar preparado para atender qualquer determinação dentro da Casa de Santo.

Das coisas do Santo e do Homem - QUAL O TOQUE QUE VOCÊ MAIS GOSTA E QUAL O PONTO QUE VOCÊ MAIS GOSTA?

Pai Ogan Marcos Mano - O meu toque preferido é o barravento e o ponto, nossa... são vários. Mas hoje acordei com um ponto clássico de Ogum:

Se meu Pai é Ogum... Vencedor de Demanda

Ele vem de Aruanda... Pra salvar filhos de Umbanda

Ogum, Ogum, Ogum... Ogum Iara

Salve os campos de batalha

Salve a Sereia do Mar

Ogum... Ogum Iara

Das coisas do Santo e do Homem - SER OGAN DE UMBANDA É DIFERENTE DE OGAN DO CANDOMBLÉ, PORQUÊ?

Pai Ogan Marcos Mano - Para mim a diferença principal é que na Umbanda o foco do Ogan é sustentar o ritmo e o canto. Tanto que quando eu comecei não era muito usual a palavra Ogan e sim Corimba/ Corimbeiro. Na Nação você descobre que ser Ogan é ir além do toque e do canto e passa a se responsabilizar por uma série de funções. É preciso entender de folha, de bicho, de reza. Nas vertentes de Umbanda mais antiga, os filhos homens recebiam ensinamentos a respeito destes fundamentos. Hoje, me parece, que os ensinamentos ficam mais nas questões de sala.

E tem também toda a questão do não incorporar, no Candomblé, Ogan não roda. Na Umbanda isto não é uma regra pontual.

E talvez, a questão mais polêmica, que é a presença das mulheres no atabaque. Na Umbanda não existe o impedimento. Mas no Candomblé, existe o motivo, para apenas os homens tocarem os atabaques. O cargo de Ogan é de responsabilidade masculina. Assim como, o de Ekedy é de responsabilidade feminina.

Das coisas do Santo e do Homem - DÊ SUA OPINIÃO SOBRE: A MULHER NO ATABAQUE.

Eu acho importante a presença feminina nas corimbas. Conheço muitas que tocam muito bem, melhor que muito marmanjo por ai. Porém, não concordo em designar elas como Ogans. Pois, como já expliquei acima, o cargo Ogan é masculino. Aliás, eu acho que na Umbanda a denominação mais correta é Curimbeiro e Curimbeira. Sim, sou antigo mesmo. Assim aprendi e assim sustento.

Mas, acredito que a mescla de energias masculina e feminina é a cara da Umbanda.

Das coisas do Santo e do Homem - DEIXE SEU RECADO PARA O PESSOAL.

Pai Ogan Marcos Mano - Quero muito agradecer ao espaço e a oportunidade de eu mostrar minhas ideias. Meu entendimento sobre ser Ogan e desejo a página e a todos que tem os Orixás no coração meu muito axééé! Estamos vivendo tempos difíceis, em que a nossa união vai ser essencial. Precisamos mostrar cada vez mais que nossos valores não são ódio e nem a violência, mas sim o amor e a paz. Que, meu Pai Oxalá, abençoe a todos. E que Ogum e Exú nós dêem caminho, força e astúcia para vencermos estas dificuldades. Que os ventos de Yansã tragam a bonança e a felicidade para cada um que traz na alma a Umbanda e o Candomblé.
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Amor de Ogan - entrevista com Ogan Leandro


ENTREVISTA COM OGAN LEANDRO BORBA SCHOARTZ:
[15:23, 27/9/2017]
Das coisas do Santo e do Homem - COMO VOCÊ SE DESCOBRIU OGAN?
LeandroOgan: Um dia fui em um terreiro de Umbanda na Vila Fanny para fazer uma roda de samba. Não era da religião mas sempre tive vontade de conhecer. Então fizemos o samba e depois de uma conversa com a mãe de Santo da casa fiquei mais curioso ainda e na outra semana resolvi aparecer para ver como era e tentar entender um pouco da religião. E nesse dia aconteceu algo que nunca mais saiu da minha cabeça a mãe de Santo trabalhava com o Sr Tranca Rua de Embaré, e ele veio até mim, eu com um receio pois era tudo novo uma experiência fora do meu dia a dia e incomum, eu estava na assistência, e ele disse a seguinte frase apontando para os atabaques:
"Olá meu filho, tudo bem, então, não precisa temer estou aqui para lhe auxiliar, proteger e ensinar. Você está vendo aqueles atabaques pois é ali é a nossa ligação entre o espiritual e a esse chão que está a pisar. Nós entidades espirituais chegamos a partir do seu toque e sua energia. E saiba que você tem uma história muito linda ali atrás, quando se sentir a vontade me avise que autorizo você tocar neles."
Fiquei calado e pensativo, até o fim do trabalho, fui para minha casa muito pensativo mas com uma energia renovada me sentindo outra pessoa. Resumindo: Resolvi voltar na outra semana pedi para participar. E estou até hoje atrás do couro onde minha alma se renova, a cada toque, a cada cantiga, a cada vibração dos médiuns e a cada coisa boa que fazemos. Não estou no terreiro que comecei por motivos particulares mas aonde me encontro é em um terreiro de Candomblé de Angola Bate Folha aonde me senti mais próximo dos Orixás e me encontrei espiritualmente.
Ah, e sim, joguei os búzios para ter a confirmação que era um Ogã.
Das coisas do Santo e do Homem - O QUE É, PARA VOCÊ, SER OGAN; VOCÊ TEM OUTRAS FUNÇÕES NA CASA, QUAIS?
LeandroOgan: O Ogã tem que gostar do que faz e isso eu amo; toco com muito amor, quando toco para o Santo e Entidades, vem uma paz enorme em mim, sinto meu corpo leve e uma alegria ao ver as entidades ou Orixás na Terra dançando através do toque que estou emitindo, pois o ritmo que toco meu atabaque é para toda a energia que emana dos céus para a Terra e sinto toda a energia emanando em minha voz embargada com o canto de emoção, pelos braços e corpo que arrepiam e pelas mãos que fazem o som maravilhoso para eles.
O Ogã também tem um papel fundamental dentro de uma roça. Ogã depois do pai de santo ou mãe de Santo é o sacerdote. Deixar bem claro que o Ogã não é concorrente dos babalorixás e sim aliados fiéis.
A principio não tenho muitas funções na minha Roça pois não fiz o Santo ainda porque sou recente no Candomblé. Mas tenho meus deveres.
Das coisas do Santo e do Homem - QUAL O TOQUE QUE VOCÊ MAIS GOSTA E QUAL O PONTO QUE VOCÊ MAIS GOSTA?
LeandroOgan: Cada toque emana uma energia diferente mas o que mais gosto é do cabula ou samba de cabula, tem vários nomes, samba de caboclo e por aí vai...
O ponto que mais gosto é um de minha autoria.
Ponto Maria Padilha das Sete Caveiras.
Quando passei naquela encruza
Eu avistei aquela linda moça.
Com um chapéu na cabeça um vestido lindo
E um cigarro na mão.
Era Maria Padilha das Sete Caveiras
Saudando seu chão.
Mas que moça linda
Mas que moça bela
Naquela escuridão
Eu sempre vou querer
A Sete Caveiras
Fazendo minha proteção.
E do lado dela
Estava um homem
Com capa bordada
Eu perguntei a ele
Quem é o senhor?
Eu sou Sete encruzilhadas!! ...
Das coisas do Santo e do Homem - SER OGAN DE UMBANDA É DIFERENTE DE OGAN DO CANDOMBLÉ, PORQUÊ?
LeandroOgan: Sim tem diferença mas as obrigações são parecidas. Porque o Ogã de Candomblé tem mais fundamentos e deveres que um Ogã de Umbanda, para fazer dentro de cada casa, mas isso vai de casa para casa.
Das coisas do Santo e do Homem - DÊ SUA OPINIÃO SOBRE: A MULHER NO ATABAQUE.
LeandroOgan: Bom na Umbanda é normal, para mim, mas no Candomblé fica mais restrito; mas isso vai de cada casa também e de cada pai de santo.
Das coisas do Santo e do Homem - DEIXE SEU RECADO PARA O PESSOAL.
LeandroOgan: Olá pessoal eu não sou o dono da verdade aprendi tudo no dia a dia dentro de minha roça, ficarei feliz em aprender mais com a opinião de todos. Pois tudo é um aprendizado e aprendemos todos os dias atrás de nossa evolução espiritual. Sejamos mais Unidos pois infelizmente muita gente quer acabar com nossa religião.
Axé para todos e que meu pai Ogum abençoe a todos.
Axé Axé Axé...
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terça-feira, 26 de setembro de 2017

Amor de Ogan

Amor de Ogã

Eu toco com amor e emoção,
Eu toco, canto e grito até chorar,
Quando vejo esses guias de luz,
A energia e a força dos orixás,
Só de pensar nos Pretos Velhos me arrepio,
Quando chega os caboclos com seus gritos,
Os Exus dançando após a meia noite,
As Crianças alegrar a nossa vida,
Daí vem Yansã no barra-vento,
Junto com Ogum, me acabo de tocar,
Mamãe Oxum toda linda e dengosa,
As minhas mãos ela vem abençoar,
Não sinto dor e tocar pra Omulu,
Com sua força ele leva todo mal,
Senhor OXOSSI se prepara pra dançar,
Yemanjá me arrepia o coração,
Agora está vindo Oxalá,
E as lágrimas começam a cair,
Meu Pai me realize um desejo,
Quando eu morrer, não deixe acabar,
O Atabaque, aqui nesse terreiro,
Onde levei minha vida a tocar,
É na batida dele que um dia,
Quem sabe, um dia, PODEREI VOLTAR…..


Autor : Ogã Fabio de Ogum Xoroquê

“Ser Ogã Não é uma Questão de Escolha, Muito Mais Que um Cargo, é algo Sagrado. Uma Dádiva dos Orixás.”

O uso do couro de ABUKO nos atabaques
Um ditado ioruba diz:"Nunca duvide do que os búzios dizem, o jogo não erra, quem erra é o ser humano".
Certo dia alguns amigos de Orùnmíla - Babá Ifá - procuravam um animal que gritasse o suficiente para ser utilizado na comunicação entre aldeias e Povos. Eles foram até a casa do babalawô amigo se aconselhar e, após abrir o jogo, Ifá disse:
- Eu tenho a solução. O animal que vocês procuram é o ABUKO.
E ainda reiterou:
- Ele berrará ainda mais depois de morto do que vivo!
Os visitantes ficaram incrédulos, começaram a rir e exclamaram:
- Meu amigo, você não e mais o mesmo...
Neste instante Esú, que tudo vê e assiste, o responsável pelas quedas dos búzios e pelas respostas do jogo, decidiu entrar em ação. E o babalawô, ouvindo sua mensagem, se levantou e trouxe um ABUKO que pastava no quintal atrás de sua casa. Em seguida pediu que seus amigos pegassem algumas varas que estavam atrás da porta e batessem no animal até matá-lo, pois iria dar um banquete.
Os amigos de Orúnmìla bateram no ABUKO... e bateram tanto que o animal começou a berrar. E eles puseram-se novamente a rir sem parar, falando que com aqueles gritos jamais conseguiriam fazer o que precisavam.
Em seguida, de forma astuta, Esú tirou calmamente o couro do ABUKO, passou EPO PUPA, aliás as oferendas a Esú leva azeite de dendê, e deixou o couro secar ao sol, enquanto os convidados se fartavam com a carne de cabrito refogada no EPO e ATARE, acompanhada de Aluá, Acaçá, Acarajé e outras iguarias.
Os amigos de Orúnmìla, após terem comido muito, se puseram a descansar e, por fim, dormiram. Enquanto isso, Esú esticou calmamente o couro seco do ABUKO sobre um pilão de madeira, pegou uma vara e se pôs a tocar.
Os visitantes que ali ainda descansavam acordaram com o barulho e perguntaram assustados o que seria aquilo: A cada ritmo tocado por Esú apareciam mais e mais pessoas de todos os lados, vindo de todas as aldeias. Então, o babalawo respondeu:
- Eu não disse que o animal que faria mais barulho seria o ABUKO, e que faria ainda mais barulho depois de morto!? Aí está... ele agora fala tão, ou mais alto, que quando ainda estava vivo.
E assim, por punição aos que duvidaram das palavras de Orúmìla, Babá Ifá, ficou estipulado que os atabaques sagrados, sejam eles quais forem, usem o couro de ABUKO.

Baseado em: “O por que do uso do COURO DE CABRITO nos atabaques”, de Oloje Ikú Iké Obárainan (15/11/2014)

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

meus contatos


legalize-se


para a atualidade

esse é o texto, editado para a atualidade, da foto que postei.
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“Meu aniversário de iniciação passou batido por esta guilhotina virtual, mas com a chegada do aniversário de confirmação, e, como é de praxe, vou tentar colocar algumas das reflexões que esses momentos tão especiais, seja no passado, seja no presente, me inspiram, expiram e transpiram. Como disse antes em algum lugar, nascimento para Umbanda (para o Orixá, para o Divino),  é um processo que pode durar anos. É um início e como tal não é tão somente um tiro de largada, é um princípio de caminho, e é nesse estágio que hoje, acho que mais que nunca, me sinto, engatinhando novamente. Novamente mesmo. Sei que um dia achei que andava, hoje em dia já não tenho essa pretensão. Engatinhar já me coloca e me leva ao lugar em que tenho que estar e já é mais do que posso aguentar. É impressionante como podemos sempre achar que não sabemos nada e ainda assim nos surpreendermos com a veracidade desse fato estampado e esfregado na nossa face. Num eterno processo de construção e desconstrução, desde que renasci na Umbanda (e Nação), nunca ví sua influência tão inserida na minha vida prática. Minha vida hoje, não é algo ao qual eu sequer tenha a ambição de ter controle. Montanha-russa, carrossel ou tobogã, seja lá qual for, eu simplesmente estou nela e danço conforme a música. Quem orquestra a trilha sonora são os Orixás... (Ori de mãe severa e pai didático, do jeito que eu preciso e gosto). Diz Ifá que todas nossas cabeças vêm do mesmo lugar, a diferença está no conteúdo e na forma que cada uma foi feita. Neste ano que completo mais um ano de iniciação o único lugar que quero e preciso estar é nesta sala de aulas da vida aprendendo a ser médium para poder aprender a fingir que ainda sou humana.” 
Curitiba, 25-09-2017.

construindo, desconstruindo... recosntruindo



aaaaaaahhh... publiquei isso há alguns anos atrás... hoje, troquei a foto... e ficou tão atual que me vejo no caminho certo... me construindo, desconstruindo... me renovando enquanto respiro e me dedico aos Orixás.. entre a vivência, a evolução e a tradição, vou experimentando as diversas cores e sabores do alimento sagrado da minha alma, que eu chamo de AXÉ ...

Amor de Ogan - Entevista com Pai Ogan Marcos Mano

Amor, Emoção e União... Axé... . ENTREVISTA COM PAI OGAN MARCOS MANO: [12:08, 29/9/2017] Das coisas do Santo e do Homem - COMO VOC...