Amor, Emoção e União... Axé...
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ENTREVISTA COM PAI OGAN MARCOS MANO:
[12:08, 29/9/2017]
Das coisas do Santo e do Homem - COMO VOCÊ SE DESCOBRIU OGAN?
Pai Ogan Marcos Mano - Me descobri Ogan no momento em que Yansã me apontou e me consagrou seu Ogan. Ali eu senti toda a honra e toda a responsabilidade de carregar este cargo. Passou a fazer muito mais sentido tudo o que aprendi e vi nestes anos todos dentro da Umbanda e do Candomblé. Se nasce Ogan, mas é preciso merecer, é preciso se dedicar com amor e respeito ao Orixá e as entidades para que de fato você seja reconhecido e possa se intitular Ogan.
Das coisas do Santo e do Homem - O QUE É, PARA VOCÊ, SER OGAN; VOCÊ TEM OUTRAS FUNÇÕES NA CASA, QUAIS?
Pai Ogan Marcos Mano - Ser Ogan para mim é garantir o bom andamento da gira, do xirê. É zelar pela harmonia da casa e dos filhos. É garantir que tudo esteja em ordem: as firmezas feitas, os despachos arriados. É entender de elétrica, hidráulica e civil. É ouvir e aprender muito, para então falar. Ogan é ação e coragem. É trabalhar duro, com muito amor e muita dedicação junto a Zeladora, a Mãe Ekedy, a Mãe Pequena. E, além de tudo isso garantir o ritmo e o canto para que as Entidades possam trabalhar e os Orixás possam nos transmitir axé. Já ouvi muitos dizerem que ser Ogan é só tocar atabaque, saber uma infinidade de pontos. Mas para mim este é mais uma atribuição que o Ogan deve ter.
Me considero um Ogan de fundamento. Aquele que está presente no que não se vê. Que auxilia a Mãe de Santo em seus feitos. Ser Ogan, no meu entender, é ser muitos em um só. E estar preparado para atender qualquer determinação dentro da Casa de Santo.
Das coisas do Santo e do Homem - QUAL O TOQUE QUE VOCÊ MAIS GOSTA E QUAL O PONTO QUE VOCÊ MAIS GOSTA?
Pai Ogan Marcos Mano - O meu toque preferido é o barravento e o ponto, nossa... são vários. Mas hoje acordei com um ponto clássico de Ogum:
Se meu Pai é Ogum... Vencedor de Demanda
Ele vem de Aruanda... Pra salvar filhos de Umbanda
Ogum, Ogum, Ogum... Ogum Iara
Salve os campos de batalha
Salve a Sereia do Mar
Ogum... Ogum Iara
Das coisas do Santo e do Homem - SER OGAN DE UMBANDA É DIFERENTE DE OGAN DO CANDOMBLÉ, PORQUÊ?
Pai Ogan Marcos Mano - Para mim a diferença principal é que na Umbanda o foco do Ogan é sustentar o ritmo e o canto. Tanto que quando eu comecei não era muito usual a palavra Ogan e sim Corimba/ Corimbeiro. Na Nação você descobre que ser Ogan é ir além do toque e do canto e passa a se responsabilizar por uma série de funções. É preciso entender de folha, de bicho, de reza. Nas vertentes de Umbanda mais antiga, os filhos homens recebiam ensinamentos a respeito destes fundamentos. Hoje, me parece, que os ensinamentos ficam mais nas questões de sala.
E tem também toda a questão do não incorporar, no Candomblé, Ogan não roda. Na Umbanda isto não é uma regra pontual.
E talvez, a questão mais polêmica, que é a presença das mulheres no atabaque. Na Umbanda não existe o impedimento. Mas no Candomblé, existe o motivo, para apenas os homens tocarem os atabaques. O cargo de Ogan é de responsabilidade masculina. Assim como, o de Ekedy é de responsabilidade feminina.
Das coisas do Santo e do Homem - DÊ SUA OPINIÃO SOBRE: A MULHER NO ATABAQUE.
Eu acho importante a presença feminina nas corimbas. Conheço muitas que tocam muito bem, melhor que muito marmanjo por ai. Porém, não concordo em designar elas como Ogans. Pois, como já expliquei acima, o cargo Ogan é masculino. Aliás, eu acho que na Umbanda a denominação mais correta é Curimbeiro e Curimbeira. Sim, sou antigo mesmo. Assim aprendi e assim sustento.
Mas, acredito que a mescla de energias masculina e feminina é a cara da Umbanda.
Das coisas do Santo e do Homem - DEIXE SEU RECADO PARA O PESSOAL.
Pai Ogan Marcos Mano - Quero muito agradecer ao espaço e a oportunidade de eu mostrar minhas ideias. Meu entendimento sobre ser Ogan e desejo a página e a todos que tem os Orixás no coração meu muito axééé! Estamos vivendo tempos difíceis, em que a nossa união vai ser essencial. Precisamos mostrar cada vez mais que nossos valores não são ódio e nem a violência, mas sim o amor e a paz. Que, meu Pai Oxalá, abençoe a todos. E que Ogum e Exú nós dêem caminho, força e astúcia para vencermos estas dificuldades. Que os ventos de Yansã tragam a bonança e a felicidade para cada um que traz na alma a Umbanda e o Candomblé.
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Das coisas do Santo e do Homem - COMO VOCÊ SE DESCOBRIU OGAN?
Pai Ogan Marcos Mano - Me descobri Ogan no momento em que Yansã me apontou e me consagrou seu Ogan. Ali eu senti toda a honra e toda a responsabilidade de carregar este cargo. Passou a fazer muito mais sentido tudo o que aprendi e vi nestes anos todos dentro da Umbanda e do Candomblé. Se nasce Ogan, mas é preciso merecer, é preciso se dedicar com amor e respeito ao Orixá e as entidades para que de fato você seja reconhecido e possa se intitular Ogan.
Das coisas do Santo e do Homem - O QUE É, PARA VOCÊ, SER OGAN; VOCÊ TEM OUTRAS FUNÇÕES NA CASA, QUAIS?
Pai Ogan Marcos Mano - Ser Ogan para mim é garantir o bom andamento da gira, do xirê. É zelar pela harmonia da casa e dos filhos. É garantir que tudo esteja em ordem: as firmezas feitas, os despachos arriados. É entender de elétrica, hidráulica e civil. É ouvir e aprender muito, para então falar. Ogan é ação e coragem. É trabalhar duro, com muito amor e muita dedicação junto a Zeladora, a Mãe Ekedy, a Mãe Pequena. E, além de tudo isso garantir o ritmo e o canto para que as Entidades possam trabalhar e os Orixás possam nos transmitir axé. Já ouvi muitos dizerem que ser Ogan é só tocar atabaque, saber uma infinidade de pontos. Mas para mim este é mais uma atribuição que o Ogan deve ter.
Me considero um Ogan de fundamento. Aquele que está presente no que não se vê. Que auxilia a Mãe de Santo em seus feitos. Ser Ogan, no meu entender, é ser muitos em um só. E estar preparado para atender qualquer determinação dentro da Casa de Santo.
Das coisas do Santo e do Homem - QUAL O TOQUE QUE VOCÊ MAIS GOSTA E QUAL O PONTO QUE VOCÊ MAIS GOSTA?
Pai Ogan Marcos Mano - O meu toque preferido é o barravento e o ponto, nossa... são vários. Mas hoje acordei com um ponto clássico de Ogum:
Se meu Pai é Ogum... Vencedor de Demanda
Ele vem de Aruanda... Pra salvar filhos de Umbanda
Ogum, Ogum, Ogum... Ogum Iara
Salve os campos de batalha
Salve a Sereia do Mar
Ogum... Ogum Iara
Das coisas do Santo e do Homem - SER OGAN DE UMBANDA É DIFERENTE DE OGAN DO CANDOMBLÉ, PORQUÊ?
Pai Ogan Marcos Mano - Para mim a diferença principal é que na Umbanda o foco do Ogan é sustentar o ritmo e o canto. Tanto que quando eu comecei não era muito usual a palavra Ogan e sim Corimba/ Corimbeiro. Na Nação você descobre que ser Ogan é ir além do toque e do canto e passa a se responsabilizar por uma série de funções. É preciso entender de folha, de bicho, de reza. Nas vertentes de Umbanda mais antiga, os filhos homens recebiam ensinamentos a respeito destes fundamentos. Hoje, me parece, que os ensinamentos ficam mais nas questões de sala.
E tem também toda a questão do não incorporar, no Candomblé, Ogan não roda. Na Umbanda isto não é uma regra pontual.
E talvez, a questão mais polêmica, que é a presença das mulheres no atabaque. Na Umbanda não existe o impedimento. Mas no Candomblé, existe o motivo, para apenas os homens tocarem os atabaques. O cargo de Ogan é de responsabilidade masculina. Assim como, o de Ekedy é de responsabilidade feminina.
Das coisas do Santo e do Homem - DÊ SUA OPINIÃO SOBRE: A MULHER NO ATABAQUE.
Eu acho importante a presença feminina nas corimbas. Conheço muitas que tocam muito bem, melhor que muito marmanjo por ai. Porém, não concordo em designar elas como Ogans. Pois, como já expliquei acima, o cargo Ogan é masculino. Aliás, eu acho que na Umbanda a denominação mais correta é Curimbeiro e Curimbeira. Sim, sou antigo mesmo. Assim aprendi e assim sustento.
Mas, acredito que a mescla de energias masculina e feminina é a cara da Umbanda.
Das coisas do Santo e do Homem - DEIXE SEU RECADO PARA O PESSOAL.
Pai Ogan Marcos Mano - Quero muito agradecer ao espaço e a oportunidade de eu mostrar minhas ideias. Meu entendimento sobre ser Ogan e desejo a página e a todos que tem os Orixás no coração meu muito axééé! Estamos vivendo tempos difíceis, em que a nossa união vai ser essencial. Precisamos mostrar cada vez mais que nossos valores não são ódio e nem a violência, mas sim o amor e a paz. Que, meu Pai Oxalá, abençoe a todos. E que Ogum e Exú nós dêem caminho, força e astúcia para vencermos estas dificuldades. Que os ventos de Yansã tragam a bonança e a felicidade para cada um que traz na alma a Umbanda e o Candomblé.
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